Alimentação escolar: Pescado pode ser incluído no cardápio da rede municipal de Santarém em 2026
23/09/2025
(Foto: Reprodução) Peixe deve ser inserido na alimentação escolar da rede municipal de Santarém
Reprodução / Redes sociais
Uma parceria firmada entre a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e a Colônia de Pescadores Z-20 quer incluir o pescado no cardápio da alimentação escolar dos alunos da rede pública municipal já a partir do próximo ano.
A adição da carne de peixe ao cardápio da alimentação escolar é uma forma saudável de diversificar, por ser fonte de proteína de alta qualidade, vitaminas (como a D e do complexo B) e minerais essenciais (como ferro, cálcio, fosforo e iodo). Quando se trata do público escolar, em pleno desenvolvimento físico e mental, esses benefícios são ainda mais importantes. Além de grande número de vitaminas e minerais, os peixes também são ricos em ômega 3, uma gordura “boa”, capaz de controlar os níveis de colesterol e glicemia, além de prevenir doenças cardiovasculares e melhorar o desempenho mental.
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As conversas entre as partes interessadas já iniciaram. Uma reunião foi realizada na semana passada na sede da Z-20 com a presença de diretores da Colônia, representantes da Câmara, Associação Movimento dos Pescadores do Baixo Amazonas (Mopebam) e da Coordenadora do Núcleo Técnico de Alimentação Escolar da Semed.
O estímulo à pesca artesanal deverá aumentar ainda o percentual de compras da agricultura familiar dentro do município, fortalecer a cadeia do pescado local e melhorar a qualidade da alimentação escolar dos alunos.
O diálogo inicial entre Semed e Colônia Z-20 objetiva o levantamento de informações sobre a demanda de pescado no município.
Vanda Maia, coordenadora do Núcleo Técnico de Alimentação Escolar da Semed em reunião com pescadores na Z-20
Divulgação
A Semed quer saber, por exemplo: quais são as espécies, onde encontrá-las, quando estarão disponíveis para mercado levando em consideração o período do Defeso, são algumas das questões levantadas. É a partir dessas informações técnicas a serem repassadas pela Colônia dos Pescadores e 20, que o Núcleo de Alimentação Escolar da Semed vai preparar tanto a chamada pública quanto o planejamento de compra do produto.
“A nossa região é muito rica em pescado e a gente precisa se adequar para que esses pescadores possam receber esse benefício. Essa ligação entre prefeitura e colônia vai dar muito certo porque temos demanda e o peixe é uma alimentação muito saudável para as crianças, fortalece o crescimento educacional, isso é muito importante pra nossa categoria”, frisou Aldeci Cardoso, um dos diretores da Z-20.
Segundo ele, a Z-20 conta hoje com aproximadamente 7 mil pescadores cadastrados na entidade. Destes, cerca de 5.200 estão ativos com RGP (registro profissional de pescador).
Para o Presidente do Mopebam, Manoel Pinheiro a inclusão do pescado significa a valorização da agricultura familiar local.
“Esse é um momento de valorização da agricultura familiar. Essa questão do peixe vai ajudar na economia de nossas famílias, vai valorizar o produto. É um projeto excelente, nós, como representante dos pescadores, vemos isso com bons olhos e eu creio que isso aqui vai ser estendido a todos os municípios, essa notícia com certeza vai fortalecer nossas organizações de pesca, e eu considero isso muito positivo esse projeto, é uma experiência inovadora e a gente vai tentar entender melhor, assimilar, para colocar em prática”, reforçou.
Planejamento
Por se tratar de uma iniciativa pioneira, requer um planejamento especial. Além disso, a inclusão do pescado no cardápio ocorrerá por meio de chamamento público em substituição aos produtos enlatados, inicialmente para as escolas da região de rios.
Pescadores manifestaram interesse em vender pescado para a Semed
Divulgação
A Coordenadora do Núcleo de Alimentação Escolar (NAE) da Semed, Vanda Maia, comentou sobre a parceria com a Z-20 e detalhou como se dará o processo de venda do pescado para a Semed.
“Nós iniciamos esse diálogo com a Colônia de Pescadores Z-20 para termos o mapeamento das espécies, o período em que esse peixe poderá ser disponibilizado para atender os cardápios, de acordo com cada região. É importante ressaltar que nós estamos ainda no início de toda essa construção e algumas dúvidas certamente surgirão no decorrer do processo. Estamos fazendo o levantamento de todo o quantitativo que será necessário. Ao longo dos 200 dias letivos pelo menos uma vez na semana o pescado será inserido no cardápio”, explicou.
Como vender, quando vender, qual o limite de venda (valor) e tempo de contrato são assuntos que deverão ser abordados nos próximos encontros entre Semed e Z-20. A previsão é que o projeto possa iniciar no início do ano que vem.
No primeiro momento, é pensamento da gestão municipal iniciar o projeto pela região de rios, e gradativamente contemplar as demais regiões.
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