Jornada em Defesa da Amazônia pelo Clima reúne organizações e movimentos sociais em Santarém
23/09/2025
(Foto: Reprodução) Jornada em Defesa da Amazônia pelo Clima terá três dias de atividades em Santarém (Imagem ilustrativa)
Arquivo/SOS Amazônia
Santarém, no oeste do Pará, se prepara para uma grande mobilização popular: a "Jornada em Defesa da Amazônia pelo Clima, Saúde e Soberania dos Territórios", que reunirá diversas ações políticas, com debates, feira agroecológica e a realização do Tribunal Popular Contra os Agrotóxicos. De sexta-feira (26) a domingo (28) a cidade acolherá povos indígenas, quilombolas, agroextrativistas, agricultores familiares, representantes dos movimentos sociais, sindicatos, organizações populares e aliados nacionais.
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A programação inicia com a realização do Tribunal Popular, que ocorrerá no dia 26, a partir das 7h, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém.
O Tribunal Popular surge como resposta às violações sofridas pelas comunidades amazônicas diante da expansão do agronegócio, incluindo envenenamento por agrotóxicos, desmatamento acelerado, expulsão de povos de seus territórios e ataques sistemáticos a defensores e defensoras de direitos humanos.
Não é uma instância judicial formal, mas um espaço de denúncia e mobilização, onde a sociedade civil organizada julgará e responsabilizará as empresas transnacionais do agronegócio e o Estado por sua conivência ou omissão. O objetivo além dar visibilidade a violações, é cobrar medidas concretas de fiscalização e políticas públicas efetivas, além de fortalecer a agroecologia como caminho de vida, resistência e soberania alimentar.
Jornada em Defesa da Amazônia pelo Clima
O evento pretende denunciar práticas de exploração dos bens comuns, que agravam o aquecimento global, assim como os impactos do agronegócio, e reafirmar a defesa da vida e da floresta.
Jornada Somos a Floresta
Nos dias 27 e 28 de setembro, a programação segue com a Jornada Somos a Floresta, um espaço de mobilização popular para aprofundar o entendimento às populações tradicionais e à sociedade em geral, da região do Baixo Amazonas, sobre a COP e a Cúpula dos Povos, fortalecendo o compromisso com a justiça climática.
A atividade convida representantes de organizações comunitárias, movimentos sociais, governo, universidade e sociedade civil para discutir problemas cruciais relacionados à crise climática e seus impactos sobre os territórios e populações locais, garantindo a participação ativa na apresentação de soluções e decisões sobre a política de clima.
A Jornada Somos a Floresta é uma estratégia política, construída pelo Comitê Gestor do Fundo Dema, com parcerias, de democratizar o diálogo e a possibilidade de prestar informações para a sociedade e aos grupos apoiados pelo Fundo Dema e outros, sobre questões que interessam à vida das pessoas em suas comunidades e a Amazônia como um todo, incluindo a COP e a Cúpula dos Povos.
O evento é uma oportunidade de dialogar sobre as mudanças climáticas e os danos que provocam à vida de todos nós, ao meio ambiente e à região, e também a possibilidade de as comunidades poderem dizer que elas são as respostas e que já fazem iniciativas de enfrentamento às mudanças climáticas. A seca, por exemplo, tem feito as pessoas perderem sua produção, sua renda, impactando na segurança alimentar.
Cortejo das Mulheres Contra a Violência
No domingo (27), mulheres de diversas comunidades e municípios da região metropolitana de Santarém farão um Cortejo das Mulheres Contra a Violência, na orla da cidade, denunciando o aumento de casos de feminicídio na região e todas as formas de opressão e violência contra a mulher, que também são diretamente afetadas pelas mudanças climáticas.
Além dos espaços de debate, uma feira agroecológica reunirá a produção de mulheres trabalhadoras rurais e agroextrativistas dos município de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, durante os três dias de programação, na praça Tiradentes, com o objetivo de fortalecer a autonomia econômica das mulheres do campo e da floresta, promovendo a segurança alimentar e nutricional, com a comercialização de produtos agroecológicos, sem o uso de veneno. A feira acontecerá de 7h30 às 17h.
O evento se conecta a um calendário de lutas mais amplo, sendo parte do processo de preparação para a COP 30 e para a Cúpula dos Povos. O objetivo é mostrar ao mundo que as soluções para a crise climática não estão nas mãos das grandes corporações, mas sim nos territórios e na sabedoria ancestral dos povos da Amazônia e dos demais estados e regiões.
A Jornada é organizada pela parceria entre a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, a FASE, o Fundo Dema, a Terra de Direitos, a Diocese de Santarém, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém (STTR), Tapajós de Fato, Instituto de Saúde Coletiva (ISCO) e Instituto de Biodiversidade e Floresta (IBEF) da Universidade Federal Oeste do Pará (Ufopa).
Confira a programação:
26 de setembro (sexta-feira)
07h – Credenciamento
08h30 às 18h30 – Tribunal Popular: Transnacionais do agro no banco dos réus - Local: Auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém – Ver endereço Completo do Sindicato.
27 de setembro (sábado)
Seminário “Povos da Amazônia em Defesa do Clima e dos Bens Comuns” - Local: Auditório do Colégio São Raimundo – Rua Silvério Sirotheau Corrêa, 1688 – Bairro Aldeia, Santarém – PA
09h – Mística da Floresta (Ir. Marialva e comissão, Guardiões do Bem Viver)
10h – Mesa de Abertura: Comitê Gestor do Fundo Dema
10h30 às 12h30 – Painel: “COP 30 e Cúpula dos Povos: Os Grandes Interesses da Política de Clima x Soluções Protagonizadas pelos Povos da Amazônia”
14h30 às 16h30 – “A política de Clima e as Soluções dos Territórios” – experiências do Fundo Dema em agroecologia, defesa dos territórios e bem viver
16h30 – Debate sobre financiamento climático
19h30 – Jantar
20h – Noite Cultural na Praça Tiradentes
28 de setembro (domingo)
08h – Feira Agroecológica – Praça Tiradentes
09h – Debate e construção do Manifesto da Jornada
18h – Cortejo das Mulheres contra a Violência – Orla de Santarém
Leitura do Manifesto: Fora a Ferrogrão!
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