Quem é Alexandre Furtado, o Teta, presidente da Império de Casa Verde preso em operação contra o tráfico internacional de drogas
23/09/2025
(Foto: Reprodução) Presidente da Império de Casa Verde é preso em operação contra tráfico
O presidente da escola Império de Casa Verde e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, Alexandre Constantino Furtado, conhecido como Teta, foi o principal alvo de uma operação policial nesta terça-feira (23) que mira uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
Segundo a polícia, ele é integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). A defesa dele não foi localizada pela reportagem.
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Ele já tinha sido preso em 2006 em uma operação da Polícia Civil que investigava a Império de Casa Verde, que, na época, era suspeita de receber dinheiro da facção criminosa.
Alexandre Constantino Furtado, conhecido como Teta, é vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de SP, e presidente da Império de Casa Verde.
Divulgação/Liga-SP
Grampos telefônicos autorizados pela Justiça na época flagraram, segundo a polícia paulista, três membros da agremiação carnavalesca planejando ações criminosas com um suspeito apontado como tesoureiro da facção na Zona Norte da capital. Com ele, o PCC movimentaria até R$ 500 mil mensais.
Alexandre Furtado foi preso naquela época com mais dois integrantes da diretoria da Império. Ele tinha sido acusado pela polícia de receber um relógio no valor de R$ 18 mil do tesoureiro do PCC.
Furtado é presidente da escola da Casa Verde de 2012, tendo assumido o cargo logo após um curto mandato de Júnior Marques na presidência da agremiação.
Quase 20 anos depois daquela operação, Alexandre Constantino Furtado, é novamente alvo da polícia.
Ele foi eleito vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de SP neste ano e fica à frente da entidade que organiza o carnaval paulistano no biênio 2025-2027.
Por meio de nota, a Império de Casa Verde disse que "o corpo jurídico da agremiação está acompanhando o desenrolar dos fatos, mas até o presente momento não há elementos concretos para qualquer declaração adicional, visto que ainda não se confirmou oficialmente o teor completo da ação ou eventuais envolvidos".
"Reafirmamos o compromisso da Império de Casa Verde com o respeito às instituições e à legalidade. Manteremos transparência junto ao público assim que houver dados verificáveis", disse a agremiação carnavalesca.
Nota da Império de Casa Verde sobre a prisão do presidente da escola, Alexandre Constantino Furtado.
Reprodução/Redes Sociais
Força-tarefa
A operação é realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo (FICCO-SP).
No total, são cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 40 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.
Dos 11 locais na capital avo de mandado de busca, dois são na escola de samba Império da Casa Verde.
A operação também prevê o sequestro e indisponibilidade de bens, direitos e valores até o limite de R$ 291,5 milhões.
A FICCO é uma estrutura de cooperação criada pelo Ministério da Justiça em parceria com órgãos estaduais e federais de segurança.
Atualmente, a FICCO/SP é composta pela Polícia Federal, Secretaria da Segurança Pública de SP, Secretaria de Administração Penitenciária de SP e Secretaria Nacional de Políticas Penais.
A ação contou ainda com apoio da Polícia Militar de São Paulo e da Receita Federal.
Alexandre Furtado, presidente da Império de Casa Verde e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de SP
Império de Casa Verde/Facebook
Investigações
As investigações tiveram início após uma apreensão de cocaína no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (Pará), em fevereiro de 2021.
Na ocasião, policiais federais apreenderam 458 kg de cocaína, que estavam escondidos em meio a uma carga de quartzo. O destino final seria o Porto de Rotterdam, na Holanda.
Segundo a polícia, foram identificados os criminosos e toda a estrutura logística para escoar a cocaína para a Europa.
O esquema para lavar o dinheiro do tráfico envolvia empresas fictícias e investimentos em segmentos formais do mercado, como restaurantes.