Ribeirinhos participam de ação ambiental e ajudam a coletar mais de mil ovos de répteis no rio Araguaia para conservação
29/09/2025
(Foto: Reprodução) Ribeirinhos, técnicos e outros profissionais se engajaram na iniciativa, no Pará.
Fernanda Freiras / Ideflor-Bio
Ribeirinhos participaram de uma importante ação de preservação da biodiversidade amazônica, que resultou no resgate e transferência de aproximadamente 1.600 ovos de répteis encontrados nas praias do rio Araguaia, em São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Pará. O objetivo é garantir uma maior taxa de sobrevivência dos animais.
🐢 Os ovos coletados são de quelônios, grupo de répteis conhecidos como tartarugas, cágados e jabutis.
A iniciativa, divulgada nesta segunda-feira (29), foi liderada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) e pelo Instituto Ambiental Xambioá (IAX). Além disso, a ação envolveu técnicos da Gerência da Região Administrativa do Araguaia (GRA) e brigadistas.
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Os ovos coletados foram levados para um berçário do Instituto Ambiental Xambioá, no Tocantins. Lá, permanecerão em monitoramento até o nascimento dos filhotes, um processo que leva cerca de 50 dias.
Ovos coletados estavam
Fernanda Freitas (Ideflor-Bio)
Segundo os profissionais, após nascerem, os filhotes ficarão em cativeiro temporário por aproximadamente seis meses, recebendo alimentação e cuidados especiais antes de serem soltos na natureza.
O presidente do IAX, Alípio Murici, relatou que houve desafios, como a dificuldade de encontrar ninhos intactos devido à ação humana.
"Começamos desanimados porque muitas fêmeas não chegaram a botar e alguns ovos foram retirados por pescadores ribeirinhos. Mas conseguimos reverter a situação em outras praias e encerramos a temporada com cerca de 1.600 ovos, oriundos de aproximadamente 20 covas”, disse.
A colaboração dos ribeirinhos foi essencial. Eles auxiliaram na localização dos ninhos e no transporte seguro dos ovos. Essa integração comunitária é vista como crucial para o sucesso da ação e para fortalecer a consciência ambiental entre as populações que vivem no entorno do rio.
“Esse projeto de preservação das tartarugas da Amazônia é desenvolvido com a participação direta da comunidade, que atua conosco em ações de conscientização e educação ambiental. É um esforço conjunto para manter o equilíbrio do Araguaia e a preservação dessas espécies essenciais ao ecossistema”, pontuou a gerente da região administrativa do Araguaia do Ideflor-Bio, Laís Mercedes.
A iniciativa faz parte de um esforço contínuo de monitoramento e conservação das espécies de quelônios da Amazônia, especialmente as que desovam nas margens do Araguaia, próximas às unidades de conservação do Ideflor-Bio, como o Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas e a Área de Proteção Ambiental (APA) Araguaia.
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